A Apologia da História ou O Ofício do Historiador
Daiane de Azambuja Santos.*
Marc Léopold Benjamim Bloch nasceu em Lyon na França em 6 de julho de 1886. Era filho de Gustave Bloch (professor de História Medieval) e estudou na Escola Normal Superior de Paris, em Berlim e em Leipzig antes de ser bolsista da Fundação Thiers de 1909 à 1912. Lutou na Primeira Guerra Mundial na arma de infantaria. Depois da guerra ingressou na Universidade de Estrasburgo, lá conheceu Lucien Frebvre com quem fundou a “Revue de Annales” que deu origem à chamada “Escola dos Annales” Com a emergência da Segunda Guerra Mundial, ocupação nazista da França, teve que deixar a direção da Revista dos Annales (já que era judeu). Militar na resistência francesa, acabou sendo detido pela Gestapo, e em 16 de junho de 1944 foi fuzilado, deixando sua obra “Apologia da História” inacabada. Bloch é considerado o maior medievalista de todos os tempos, e por muitos, o maior historiador do século XX. Com toda certeza o que tem mais visibilidade é a sua resposta para “O que é História?”, segundo Bloch “É a ciência dos homens no transcurso do tempo”. Preso no ano de 1944 March Bloch começou a redigir sua obra a “Apologia da História”. Pode-se dizer que esta obra condensa as primeiras ideias da Escola dos Annales. No decorrer de cinco capítulos (o último inacabado) Bloch apresenta um trabalho de metodologia histórica. Trabalho esse que claramente se opõe a escola Metódica, sendo criado a partir desta obra um método novo para os historiadores. Bloch investiga as práticas de trabalho do historiador e seus objetivos científicos e assinala como deve ser a história e como o historiador deve trabalhar. No primeiro capítulo A história e os homens no tempo, o autor começa falando da escolha do historiador, aborda tal tema começando por falar do espaço que a história tem enquanto ciência. Para Bloch a história é tratada como uma ciência que estuda os fatos humanos mais superficiais e mais fortuitos, porém,