Apologia da História ou O Ofício do Historiador
António Christofoletti
1. A GEOGRAFIA TRADICIONAL
“Embora lançando raízes históricas ao longo dos séculos, foi somente no Século XIX que a Geografia começou a usufruir do status de conhecimento organizado, penetrando nas universidades.” (p.1)
“As contribuições e as idéias apresentadas pelos geógrafos alemães e franceses tiveram grande influência no desenvolvimento dessa ciência na primeira metade do Século XX.” (p.1)
“Em 1925, Alfred Hettner considerava como objetivo fundamental da Geografia o estudo da diferenciação regional da superfície terrestre. Esta definição foi acatada e elaborada de modo minucioso por Hartshorne, em 1939. Outra definição referia-se à análise das influências e interações entre o homem e o meio, que se expressou de modo claro na proposição de Albert Demangeon, em 1942. Muito mencionada também é a definição elaborada por Emmanuel de Martonne.” (p.1)
“A primeira dicotomia estava relacionada com a Geografia Física e a Geografia Humana. A Geografia Física destinava-se ao estudo do quadro natural, enquanto a Geografia Humana preocupava-se com a distribuição dos aspectos originados pelas atividades humanas. A esta dicotomia se juntava o conflito conceitual de ser a Geografia uma "ciência única" ou um conjunto de ciências.” (p.2)
“A segunda dicotomia se refere à geografia geral e à geografia regional. Deve-se lembrar que o designativo geral não se referia ao conceito da metodologia científica de procurar generalizações ou leis, mas se baseava no principio da "unidade terrestre" (La Blache, 1896) e na "escala planetária" (Cholley, 1951).” (p.2)
“A Geografia Regional procurava estudar as unidades componentes da diversidade areal da superfície terrestre. O estudo das regiões e das áreas favoreceu a expansão da perspectiva regional ou cronológica.” (p.2)
“À Geografia, considerando a totalidade, correspondia o trabalho de síntese, reunindo e coordenando todas as informações a fim de