Apologia da História ou ofício do historiador
A Fidelidade nos Fatos Históricos não Exclui a Possibilidade de uma Crítica
Está é uma obra inacabada de Marc Bloch, mesmo estando preso na segunda guerra mundial escreveu o livro Apologia da História, devido à sua morte (por fuzilamento) em 16 de julho de 1944 o livro foi publicado somente no ano de 1949. Marc Bloch foi soldado das duas grandes guerras, mas, sobretudo, era um professor de história e co-fundador da revista dos Annales. Foi um dos grandes responsáveis pelas inovações do pensamento histórico, defendendo o abandono de sequências pouco úteis de nomes e datas e uma maior reflexão dos acontecimentos e seus fatores anteriores e posteriores.
Buscando definir a utilidade da história, este texto discute a complexidade do tempo histórico, as relações entre passado-presente, a construção do discurso e, principalmente, a exigência de uma ética da história e do historiador. O objeto da história, segundo Marc Bloch, é o fazer da história a ciência “dos homens, no tempo” (BLOCH, 2002).
O excesso de detalhes para Bloch era uma perda de tempo própria dos eruditos, particularmente os positivistas. O autor prefere ver a história como algo em movimento, desfavorável às certezas. Também é um dos primeiros a defender a história como ciência, mas que se relaciona de maneira multidisciplinar com as outras. Marc Bloch fala sobre a questão do tempo histórico e faz a crítica da busca desesperada dos historiadores tradicionais pela ‘origem’ dos fatos. Para ele, a história não é a simples acumulação dos acontecimentos, e nem estes o ‘centro’ do mundo. Antes, é preciso entender os fatos ao longo do tempo, estabelecendo suas relações de causa e efeito com o tempo presente.
Segundo Marc Bloch um historiador não deve seguir necessariamente seus mestres, mas criticá-los naquilo que achar necessário, deve ser sincero e mostrar que o progresso dos estudos é feito com a contradição necessária entre as várias