trabalho de agrario
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ESPAÇO AGRÁRIO, CONDIÇÕES DE VIDA, TRABALHO E SAÚDE
Emilia de Rodat F. Moreira*
Gláucia Ieno*
Ivan Targino*
Takako Watanabe*
Teresa Mitsunaga*
Historicamente, a condição de vida do trabalhador rural brasileiro tem sido extremamente precária. Isto como conseqüência do modo como o espaço agrário foi sendo produzido e organizado. Desde o início da colonização ele se constituiu em um espaço subordinado. Inicialmente, ao capital mercantil e, mais recentemente, passa por uma subordinação real ao capital. Assim, pelas condições históricas e objetivas de sua produção, o espaço agrário é também um espaço de exploração, determinando um "ambiente de vida" tecido pelas diversas articulações existentes entre as variáveis econômicas, sociais, políticas e culturais que é gravoso à sobrevivência da classe trabalhadora.
A forma que assume a exploração tem sofrido alterações ao longo do tempo, à medida em que o espaço agrário se transforma e se reestrutura. Assim, o escravo, o morador, o bóia-fria são expressões que assumem a exploração no campo, correspondentes a diferentes momentos do processo de acumulação de capital na agricultura, impingindo modificações na organização do processo produtivo e no espaço agrário.
Ao se afirmar que o espaço agrário brasileiro tem sido, historicamente, do ponto de vista do trabalhador, um espaço de exploração, não se nega que as
VI Encontro Nacional de Estudos do Trabalho, Abet, 1999
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condições de vida não tenham sofrido mutações profundas. “Ser livre é qualitativamente diferente de ser escravo. Ser assalariado também diferencia-se profundamente do ser morador de condição. Diferenças do conjunto das relações que envolvem o trabalhador no seu cotidiano. Por outro lado, não se quer afirmar que haja uma melhoria linear nesse processo evolutivo. A perda do acesso à terra por parte do assalariado, em relação à sua antiga condição de morador é algo sentido, enquanto o controle sobre a sua