Texto e intertextualidade
É chamado de “sintoma da circularidade”, ou seja, o desempenho da leitura interfere na aprendizagem de todas as matérias, além de promover a socialização e a cidadania do sujeito-leitor. Parece óbvio: o aluno não se sai bem nas matérias porque não compreende os textos recomendados pelo professor. Na prova, tende a se sair mal o aluno que não sabe ler os enunciados, que não compreende o que está sendo pedido que se faça.
O Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb), em 2005, avaliou os estudantes brasileiros, em todas as séries, demonstrou que o desempenho hoje é pior do que há dez anos. Em Português, os alunos da 8ª. série alcançaram 232 pontos. O mínimo aceitável para essa etapa da vida escolar seriam 300 pontos. Uma simples medida poderia reverter esse escandaloso fracasso de nosso sistema de ensino: priorizar o ensino da nossa língua e incentivar a leitura de contos, romances, ficção, enfim, da literatura em geral.
Não se trata de ensinar o que é dígrafo – lembrando de uma crônica de Rubem Alves. Mas, de desenvolver principalmente no jovem o interesse de ler para pensar melhor. Os jovens de hoje pensam mal porque não sabem como organizar as idéias; usam meia dúzia de palavras querendo dizer tudo, mas fora do seu grupo não faz sentido. A nova geração parece gostar de ler textos descartáveis da Internet, sempre com pressa, sem saborear o sentido das palavras. E, ficam distantes dos jornais, revistas, e livros que demandam mais tempo e paciência para interpretação e compreensão.
Um número significativo dos jovens que chegam à universidade não consegue compreender um texto e nem saber fazer uma boa