A intertextualidade nos textos teatrais de ariano suassuna
Herlan José Tenório Ferreira1
Introdução
Ariano Suassuna nasceu em 1927 em família tradicional, sertaneja e protestante. Iniciou os estudos ainda na Paraíba, mas depois do assassinato do pai, que na época era Governador da Paraíba mudou-se com a família para o Recife onde fez ginasial, colegial e a faculdade de Direito. Em 1951 converteu-se ao catolicismo. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. Em 1948, sua peça, Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, Entre 1951 e 1952, volta à Taperoá, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e montou Torturas de um coração. O aclamado Auto da Compadecida, de 1955, O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de 1959, A Farsa da Boa Preguiça, de 1960, e A Caseira e a Catarina, de 1961. Em três obras de Ariano Suassuna observam-se pontos em comum como, o local onde tudo acontece, o final da obra, etc. Segundo Prestes:
“Os textos de uma mesma época, de um mesmo campo de conhecimento ou de uma mesma cultura, por exemplo, mantêm, necessariamente, um „diálogo‟ uns com os outros. Quando ocorre esse diálogo, temos a intertextualidade de conteúdo, que pode acontecer de modo explícito ou implícito.” Prestes, et al 2007
Mas poderia três obras de um mesmo autor, mesma época, mesma cultura, baseados em obras de diferentes épocas, diferentes culturas, diferentes autores haver
intertextualidade? Ou isso foi provocado propositalmente? Seria um estilo de Ariano Suassuna? Existem conceitos que definem intertextualidade como: “presença efetiva de um texto em outro” (Donner et al 2011). Por exemplo, Canção do exílio tem uma parte do Hino nacional brasileiro; O santo e a porca tem uma relação com Auto da Compadecida, mas as primeiras obras citam as segundas e não se faz necessária