Salmonelose
1.1. Definição:
Em 1888, na Alemanha, Gurtner descreveu o primeiro surto de salmonelose, quando adoeceram 59 pessoas e o óbito de um jovem foi verificado 35 horas depois de ter ingerido 800 gramas de carne crua.
Na atualidade, ocorre variação no número de casos de febre tifóide e entérica, dependendo do país e das condições em que vivem as populações. Essa diferença é em decorrência das condições higiênico-sanitárias precárias em que vive a população, associada ao uso de água não tratada para consumo e higiene pessoal.
Segundo a Fundação Nacional de Saúde, em áreas endêmicas, a salmonelose acomete com maior freqüência indivíduos de 15 a 45 anos. No Brasil, nas últimas décadas, constata-se uma tendência de declínio nos coeficientes de morbidade por febre tifóide; entretanto, estes dados devem ser vistos com cautela quanto à sua representatividade e fidedignidade, pois 20% do total de óbitos têm causa básica ignorada, existem dificuldades de diagnóstico laboratorial necessário para a identificação do agente etiológico e precariedades do sistema de informação.
Esses indicadores apresentam importantes variações quando analisados por região, sendo as regiões Norte e Nordeste brasileiro onde se registram os números mais elevados, devido à precariedade das condições sanitárias, onde menos de 50% de sua população dispõem de algum tipo de abastecimento de água.
1.2. Etiologia:
A salmonelose é causada por uma enterobactéria, a Salmonella ssp. Anaeróbios facultativos, a grande maioria é móvel. São bacilos gram-negativos que podem residir no trato intestinal de diversos mamíferos, aves, répteis.
1.3. Epidemiologia:
A Salmonella spp. é uma bactéria entérica responsável por graves intoxicações alimentares, sendo um dos principais agentes envolvidos em surtos registrados em vários países. A salmonelose é uma das principais zoonoses para a saúde pública em todo o mundo, exteriorizando-se pela suas características de endemicidade, alta morbidade e, sobretudo,