Psicologia e Educação
&
Educação
Ivone Maria de Proença
Outubro
2010
Produção do
Fracasso Escolar
Profecias autorealizadoras
A importância de se conhecer o fenômeno de “produção do fracasso escolar”. A importância de se conhecer o fenômeno de “Profecia autorealizadora”.
Produção do fracasso escolar No Brasil, todos os dias temos notícias de alunos com baixo rendimento escolar, que desistem da escolarização, jovens que abandonam prematuramente o sistema educativo ou que não alcançam a qualificação mínima necessária para a vida profissional. Para compreender esse fenômeno faz-se necessário levar em conta aspectos do contexto econômico, social e familiar bem como o sistema educacional, pois a escola pode produzir muito mais fracassos do que sucessos, tratando uns melhores que outros e convencendo os que não tem êxito de que fracassam porque são inferiores, não aceitando a bagagem cultural que elas trazem, educando e instruindo uma minoria deixando a maioria excluída e marginalizada. De acordo com Ceccon, Oliveira e Oliveira (1989), o sistema educacional atende mais e melhor as crianças dos grandes centros urbanos e das regiões mais desenvolvidas do país.
O papel da escola
Em 1990, a psicóloga educacional Maria
Helena Souza Pato, traz em seu trabalho intitulado
“A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia”, o caso de Ângela, 9 anos, cursando a primeira série pela segunda vez, a primeira entre os cinco filhos de um pai operário e de mãe dona de casa, residentes em uma moradia pequena de quarto, cozinha e banheiro, em São
Paulo. Ângela vive uma certa inversão de papéis com a mãe, pois a menina assume as funções da casa, enquanto a mãe sonha em aprender a ler.
Sobrecarregada com trabalhos domésticos, a menina praticamente não brincou, e por ser a primeira em uma série de filhos recebeu pouca atenção individualizada dos adultos ficando confusa com seu papel quanto ao seu lugar no grupo familiar, pois a mãe