A psicologia da educação
Miranda, Marília Gouvea de UFG – UCG
GT: Psicologia da Educação / n.20
Agência Financiadora: CNPq
A psicologia e educação vêm sendo tendencialmente articuladas em duas diferentes vertentes que assim podem ser esquematizadas: a primeira parte da teoria psicológica para a educação, tomada como campo para sua referenciação na prática, retornando em seguida à teoria (psicologia-educação-psicologia); a segunda vertente tem um sentido inverso, partindo da educação, busca a teoria psicológica para em seguida retornar ao seu ponto original (educação-psicologia-educação) (saviani e goldberg, 1976). Discutindo a relação da educação com as ciências que lhe dão suporte, incluindo a psicologia, Saviani (1990) defende que a educação deva ser colocada como centro dos estudos feitos pelas ciências que se debruçam sobre ela, isto é, a educação “como ponto de partida e como ponto de chegada das teorizações e práticas pedagógicas”.
Estudando dissertações e teses da área de educação que adotaram referenciais teóricos da psicologia, no período de 1982 a 1991, Warde (1995) observou a ocorrência dessas duas formas básicas de se postular a relação Psicologia – Educação: uma que traz da Psicologia para a Educação o corpo teórico,conceitual, metodológico, e converte a Educação num campo de aplicação ou dedução; a outra que, partindo da Educação, converte seus processos, suas práticas, seus problemas, em pontos de referências e guias para as formulações conceituais, metodológicas, experimentais. Na primeira forma, a educação é um campo “ocasional” de aplicação de “uma psicologia que já teria seus princípios definidos”, como diria Wallon (1975, p. 355); na segunda, a educação é o campo instituidor desses princípios. (1995, p. 57)
Essa polarização põe em causa um problema visceral quando se trata de discutir a aproximação da educação com relação não só à psicologia mas também