psicologia educação
Texto: Imagem construída
Mauricius Martins Farina
Partindo da proposta de relacionar a arte e a propaganda sob um aspecto ideológico para argumentar a diferença entre ambas, penso que poderia encontrar uma diversidade de proposições. No entanto, neste artigo, pretendo demonstrar uma diferença ideológica que é tramada pela própria relação do signo com o seu suporte, ou seja, uma relação que depende da estrutura mediática e não apenas do argumento conceitual para estabelecer sua singularidade.
Oliviero Toscani (diretor de arte e fotógrafo da Benetton) quando disse que "a publicidade é um cadáver que nos sorri" e que "os publicitários a perfumam todos os dias" porque senão ela "cheira mal" estava propondo uma nova publicidade, sob um novo paradigma: "a realidade" ao invés da "ilusão".
Para isso, em causa própria, emblematizou seu discurso - culturalmente adequado atuando nas contradições da sociedade contemporânea, onde apontou para as suas hipocrisias e atingiu um público culturalmente mais preparado, mais crítico.
Ao efetuar sua operação comunicativa ele procede como um publicitário pós-moderno e estabelece um sistema complexo na indústria cultural. Se hoje as estratégias da
Benetton parecem enfraquecidas, isso se deve principalmente a problemas mercadológicos, a parte que coube a Toscani foi extremamente eficiente.
O padre e a freira
Nesta fotografia há a possibilidade de uma série de comentários, mas todos eles atuam sob a obviedade de uma constatação: esta imagem foi feita para ser vista.
Pode-se afirmar com tranqüilidade que nem o padre e nem a freira são verdadeiros.
São modelos vestidos de padre e de freira. Entretanto, visualmente, ambos se identificam como um padre e uma freira. Signos visuais codificados culturalmente. O que Toscani quer dizer com isso?
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Com esta imagem ele ataca uma regra fundamental da religião católica: o celibato.
Mas ele o faz de uma maneira extremamente delicada. A sensualidade quase infantil