pobreza, desigualdade, exclusão e cidadania
Mara Rúbia de Souza Albano Felix1
Inicio a construção do texto com a pergunta posta no título: exclusão e cidadania: questões compatíveis? Para tentar aproximar de uma discussão chamo ao diálogo, Tocqueville, T.H.Marshall, Robert Castel e Pougan. As expressões da questão social perpassam por esses autores, em especial por
Castel que mais discute o assunto, e acredito ser necessária uma abordagem neste sentido para construir a linha de pensamento. A concepção de pobreza está correlacionada à concepção de cidadania e exclusão social e sua discussão também é necessária para a construção do meu argumento ou desdobramento da questão posta. Inicio discutindo o conceito de cidadania.
T. H. Marshall, define cidadania como “um status concedido àqueles que são membros integrais de uma comunidade”, no qual “todos (...) são iguais com respeito aos direitos e obrigações”
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(MARSHALL, 1967, p. 76). Esta
forma de classificar e definir a cidadania pode parecer que ainda faltam mais argumentos uma vez que a concepção do que é ser um “membro integral” de uma comunidade (e, portanto, do que é ser cidadão) varia de acordo com os valores e com o desenvolvimento econômico de qualquer sociedade. Incluo aqui também a concepção da pobreza que é diferente de país para país.
Enquanto status de direito atribuído, a cidadania emerge como desdobramento dos direitos civis em políticos (também na concepção de Marshall) e destes em direitos sociais. Porém, conceber o cidadão imbuído de direito pressupõe uma coerência social e quando falamos em desigualdade enquanto elemento da questão social estabelece-se dilemas da subordinação política e da integração
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Assistente Social, formada pela Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em
Análise Urbana pela Escola de Arquitetura da UFMG. Especialista em Gerência em Assistência
Social pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro. Mestranda em Ciências