Qual o significado de desigualdade, pobreza, exclusão e cidadania para a economia de um país?
Em um relatório emitido pela ONU em 2012 sobre segurança alimentar, diz que uma em cada oito pessoas no mundo está cronicamente desnutrida, isso significa que uma pessoa a cada oito passa fome e que a redução da fome desacelerou desde 2007, quando houve uma alta nos preços dos alimentos. A agência estima que 868 milhões de pessoas passaram fome entre 2010 e 2012, ou cerca de 12,5 por cento da população mundial.
Sendo que o Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina e Caribe, o país só fica atrás de Guatemala, Honduras e Colômbia. Todos os quatro têm Índice de Gini (indicador que mede a desigualdade) acima de 0,56. Nesta escala, que vai de 0 a 1, quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país.
Entretanto, no Brasil, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011) confirmam que a primeira década do século 21 no Brasil foi "inclusiva" do ponto de vista social, com robusta diminuição da desigualdade e redução da pobreza, na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o Ipea, o índice de Gini foi 0,527 em 2011 - o menor desde 1960 (0,535). Essa redução tem a ver com o crescimento da renda per capita nos diferentes estratos sociais. Entre 2001 e 2011, o crescimento real da renda dos 10% mais pobres foi 91,2%. Enquanto os 10% mais ricos, o crescimento foi 16,6%.
Nas contas do Ipea, as transferências do Programa Bolsa Família são responsáveis por 13% da redução da desigualdade, sendo que a renda cresce mais entre os menos escolarizados, os pretos e pardos, as crianças de até 4 anos, a população do Nordeste e os residentes em áreas rurais – historicamente os setores mais pobres da sociedade brasileira.
Apesar dos bons resultados, a análise do Ipea sobre a Pnad (2011) mostra que a renda está crescendo nos setores econômicos que contratam mão de obra de forma precária e agregam pouco valor à economia,