Resumo : pobreza, desigualdade, exclusão e cidadania.
Como em muitas outras nações de renda média – consideradas “em desenvolvimento” –, o foco das análises tem se deslocado da pobreza, entendida em seu sentido estrito, para o problema da desigualdade. Qualquer definição que venhamos a adotar aqui, será sempre provisória e incompleta.
POBREZA E DESIGUALDADE
Qual a principal distinção entre estes dois termos?
A primeira e mais importante diferença é que, enquanto a pobreza é uma condição que afeta os indivíduos, a desigualdade refere-se ao conjunto população em sua totalidade.
A pobreza é uma condição de indivíduos ou grupos os quais se encontram privados de meios adequados de subsistência.
Já a desigualdade é uma propriedade da distribuição da riqueza, em uma dada população ou sociedade.
Pobreza
Uma das formas mais tradicionais de se caracterizar a pobreza tem sido defini-la como “insuficiência de renda”. Para medir sua incidência sobre as populações, são utilizados indicadores tais como o PIB (Produto Interno Bruto) per capita de um país e/ou um percentual da renda média/mediana de seus habitantes. Muitas pessoas pobres não se utilizam de renda financeira para adquirir bens, mas através dele, podemos estabelecer um critério de “pobreza absoluta”, demarcando quem são os pobres e os indigentes em uma dada população.
Muitos estudiosos e técnicos envolvidos com o tema têm preferido utilizar o conceito de “pobreza relativa”, que leva em conta, em sua medição, o padrão de vida de cada sociedade específica. As linhas de pobreza relativas têm por base a renda média ou mediana de toda uma população, e mostram, principalmente, como estão distribuídos os recursos econômicos e sociais entre os diversos grupos populacionais deste conjunto.
Contudo, em países como o Brasil, o uso da renda como critério de pobreza ainda é útil, não só porque a economia é fortemente monetizada, como porque se dispõe, no País, de dados estatísticos suficientes