Introdução para O Banquete - Platão
Se por filosofia se entende um conjunto harmônico de teses ordenadas e coerentes então a filosofia de Platão não existe. O pensamento de Platão está sempre caminhando. Nada mais longe de sua mentalidade que a ordem e a coerência. Entretanto em um sentido mais amplo pode se falar de uma filosofia platônica se por filosofia se entende uma busca metódica do saber humano, dominada por várias posições fundamentais e características, tais como: A desconfiança dos sentidos, a confiança absoluta no poder da razão, a necessidade da purificação e do amor para a aquisição da verdade filosófica e a necessidade da existência do mundo ideal para fazer possível a verdadeira ciência. Platão tem uma filosofia própria e certamente das mais geniais que a história reconhece. Por esta questão há uma dificuldade de apresentar uma síntese ordenada do platonismo e por isso os críticos modernos preferem estudar a evolução de suas doutrinas ao invés de definir seu gênesis. Este método tem a vantagem de apresentar Platão como ele foi e não tentando definir uma ideia fixa de seu pensamento. Platão é o primeiro pensador que desenvolveu toda temática filosófica. A filosofia pré-socrática era fragmentaria e se reduzia quase exclusivamente ao problema cosmológico. Sócrates mudou de direção e orientou sua investigação para o problema ético e psicológico. Com Platão a filosofia penetra em ambos os domínio e entra a ciência do objeto e do sujeito.
O banquete é um diálogo de Platão que enfatiza os discursos sobre o amor; o amor em sua totalidade e em sua individualidade, o amor do corpo, o amor da alma, o amor do povo, o amor do indivíduo. Enfim, é um diálogo que pertence a 4º tetralogia de Platão, que tem como introdução a natureza da alma, e sendo a força motriz, Eros, o deus do Amor. O discurso tem como personagens Pausânias, Apolodoro, Aristófanes, Aristodemo, Sócrates, Eriximaco, Fedro, entre outros e Agatão, o anfitrião