Sublimação

INTRODUÇÃO
Lendo o Banquete de Platão no curso de graduação de filosofia da UFRJ/IFCS, e ao mesmo tempo fazendo Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica e Prática Clínico - Institucional na UVA-Universidade Veiga de Almeida, fiquei espantado (taumasen), no dizer de Aristóteles, quando no discurso de Diotima, esta sacerdotisa fala do amor, uma vez que tal momento, através de uma leitura psicanalítica, pode ser interpretado como uma descrição do processo de sublimação freudo-lacaniano na constituição do sujeito-filósofo, ou seja, a emergência deste sujeito no ato de filosofar; o sujeito da psicanálise que está fundado na relação que um individuo tem com o Outro, através da linguagem.
De certa forma a motivação para escrever esta monografia é pessoal, pois a muito sou estudante de filosofia, já fiz licenciatura, agora bacharelado e pretendo fazer, mestrado, e sempre me pergunto: De onde vem esta vontade, esta força para estudar filosofia? Há um valor subjacente neste ato de sublimação à episteme? Ou seja, há um gozo suplementar no ato de filosofar?
Em síntese O Banquete de Platão é composto de sete discursos sobre o amor. O Banquete é logo marcado por uma cena introdutória, mostrando que se trata de uma narração indireta, quando Apolodoro diz que vai contar os fatos tal como ouviu da boca de Aristodemo. Após, temos o discurso de Fedro onde Eros é como uma paixão impulsora de nobres ações, momento em que são analisadas as parelhas eróticas importantes na mitologia grega: Alcestes-Admeto; Orfeo-Euridice e Aquiles-Patroclo. No discurso de Pausanias é narrada a relação Eros-pederastia, o amor homossexual e ai a dualidade Eros-Afrodite, ou seja, o amor tendo como base Urania ou Pandemia, advindo dai as normas sobre a pederastia, a moral pederástica como referência para a educação. Adiante temos o discurso do médico Erixímaco quando Eros é elevado a um principio cósmico e é analisado o sentido erótico do corpo humano, corpo e Eros, advindo com isto a técnica médica como