Cartas a um jovem terapeuta
CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA
Salvador, Bahia Junho/2006
Cartas a um jovem terapeuta
Contardo Calligaris responde cartas a jovens terapeutas que estão iniciando na profissão, compartilhando seu conhecimento, apresentando sua visão crítica da psicoterapia, expondo os problemas, dificuldades, desvaneios, alegrias e satisfações da profissão. Calligaris fala da vocação profissional, onde fala que o psicoterapeuta não deve esperar a gratidão de seus pacientes, pois na vida social o psicoterapeuta não encontra nada parecido com a gratidão que em geral é reservado ao médico por exemplo. O psicoterapeuta encontra uma atitude, que é uma mistura de temor com escárnio. O autor dar algumas recomendações para ser um psicoterapeuta, como ter gosto pronunciado pela palavra e um carinho espontâneo pelas pessoas por diferentes que sejam de você, pois a capacidade de amar, porém, é o que o paciente demanda ao analista fornecer-lhe (juntamente com a do trabalho, num par que já aponta o problema do objeto do desejo). Pelo menos, é o que esse lhe dá, através dos acasos de uma demanda que não reclama, a princípio, esta capacidade, mas em seu lugar, um gozo, ambigüidade essencial a ser deslindada, ter uma extrema curiosidade pela variedade da experiência humana com o mínimo possível de preconceitos, pois se o psicoterapeuta tem noção do bem e do mal e quais condutas humanas são louváveis e condenáveis o trabalho de psicoterapia será um desastre.Ter curiosidade pela variedade da experiência humana, pois se um terapeuta considera a homossexualidade como “desvio” não fala em nome da psicanálise. Ter uma boa dose de sofrimento psíquico. O futuro terapeuta deve ser paciente durante um bom tempo, pois não é variável alguém submeter-se a uma