Cartas a um jovem terapeuta
No livro “Cartas a um jovem terapeuta”, Contardo Calligaris aborda temas, dilemas e ansiedades sobre a prática do psicoterapeuta. O autor se baseia na sua experiência de vida e na sua experiência como terapeuta. Calligaris dialoga com o leitor de uma forma franca, sem máscaras. O livro contém 155 páginas, divididas em 11 capítulos, onde o autor apresenta respostas às cartas de dois jovens terapeutas, dando-lhes uma noção e lição do que é necessário para ser um bom psicoterapeuta. Calligaris inicia as cartas falando de alguns traços que ele espera no caráter de uma pessoa para se tornar um bom profissional. O autor afirma que o psicólogo não deve esperar gratidão dos pacientes, pois provavelmente o psicoterapeuta vai ser esquecido. Compara o terapeuta a um remédio que deixa de ser usado. De acordo com Calligaris “nenhuma psicoterapia, seja ela qual for, deveria almejar a dependência do paciente.” (CALLIGARIS, p. 7). De fato quando a psicoterapia faz seu efeito o paciente tem que deixar de idealizar o terapeuta. Reafirma nas cartas que se a pessoa que almeja ser admirado e necessita de gratidão, deve esquecer a psicologia e talvez tentar fazer medicina. Segundo o autor, uma pessoa para ser um bom terapeuta, tem que possuir uma simpatia, uma atração por todo tipo de gente, ainda sugere que se tenha gosto pela palavra e pela escuta. O psicoterapeuta deve ter curiosidade e respeito pela variedade da experiência humana, deixando preconceitos e crenças de lado. E se caso o terapeuta não conseguir escutar um paciente, sem julgamentos, encaminhe-o a outro terapeuta, aconselha Calligaris. O bom profissional deve evitar ser um moralista, respeitando a singularidade de cada vida. Ainda afirma que se “você não é um modelo de normalidade, esqueça essa preocupação.” (GALLIGARIS, p.15) O último traço que o autor gostaria de encontrar em um jovem aspirante pela profissão terapeuta é uma boa dose