O papel da filosofia na formação da cidadania
No âmbito da política, a influência das concepções filosóficas tem sido expressiva. Admite-se que as idéias de Rousseau tenham sido decisivas para a Revolução Francesa de 1789.
Torna-se, portanto, imperativo abandonar a afirmação de que a filosofia é destituída de valor, pois ao influenciar favoravelmente a política, pode gerar mudanças importantes para o ser humano.
A ciência, em grande parte, introduzida pelos filósofos embora não possa substituir a filosofia, suscita problemas filosóficos. Pois nenhum laboratório científico pode demonstrar em que sentido os homens têm uma alma, se o universo tem ou não um propósito, e em que sentido, somos livres, e assim por diante.
Para Sócrates, a vida sem questionamento é um desperdício e o homem deve buscar conhecer a si mesmo. Promover uma reflexão filosófica que afirme a liberdade eticamente exercida de outros, que suporte conceitualmente o ético exercício da liberdade humana, contribuindo com a afirmação da cidadania. Assim, ao lado da crítica que desvenda mecanismos alienadores e opressivos afirmam-se elementos filosóficos que permitem considerar a construção de novas relações humanas que ampliem as liberdades de todos.
Um serviço inestimável presta a filosofia ao estimular um julgamento imparcial considerando-se todas as facetas de uma questão, e na idéia que ela oferece do que seja a evidência e de que devemos buscar ou esperar de uma prova.
Como é de consenso na comunidade filosófica, não cabe à filosofia tornar-se advogado na defesa de sistemas ideológicos e políticos. Pelo contrário uma de suas possíveis tarefas é criticar tais sistemas, como objetivo de produzir conceitos que permitam às pessoas viverem com sabedoria, ampliando e fortalecendo o exercício das liberdades públicas e privadas, considerando criticamente os