o esquema do trabalho docente
A família era de origem humilde. Seu pai tinha uma modesta mercearia, onde Anton trabalhava para ajudar no sustento. O pai, marcado pelo estigma de um ex-servo, educou os filhos de forma autocrática, habituando-os a obedecer. Deu-lhes no entanto o acesso à educação. Possibilitou aos filhos a freqüência de um dos melhores ginásios da cidade.
Numa carta de 1889 ao seu irmão Aleksandr, Anton Tchekhov resume a sua infância na frase, plena de ironia: "Filho de um servo,... servente de loja, cantor na igreja, estudante do liceu e da Universidade, educado para a reverência de superiores e para beijos de mão, para se curvar perante os pensamentos alheios, para a gratidão por qualquer pequeno pedaço de pão, muitas vezes sovado, indo à escola sem galochas".
Na escola, Tchékhov não foi um bom aluno. Chegou a reprovar. Um padre que lhe deu aulas de religião chamava-o com menosprezo de "Cech" (cujo significado é servo). A mensagem: tu não passas de filho de servo. Mais tarde, quando publicava os primeiros contos em jornais, Tchekhov usou o pseudónimo Antosa Cechonte com ironia.
Em 1874 seu pai contraiu dívidas e quase foi preso. Precisou fugir para Moscou, onde dois de seus filhos estudavam. A esposa o seguiu depois. Anton, então com 17 anos de idade e Michail, um ano mais novo, ficaram em Taganrog para acabar o ginásio. Michail em seguida juntou-se à família, enquanto que Anton permaneceu dois anos sozinho na cidade, dando aulas particulares. Em 1879 concluiu o ginásio e foi para Moscou, onde reencontrou a família.
Anton Tchekov estudou Medicina, tendo-se licenciado em maio de 1884. Já mesmo durante os seus estudos (que duraram 4 anos e meio) publicou centenas de