O ensino da gramática na perspectiva interacionista
Porém, estudos recentes e a própria experiência demonstram que isso não é verdade. Certos alunos descrevem com propriedade as categorias gramaticais, mas são incapazes de articular um texto, enquanto outros escrevem muito bem sem ter a mínima noção do que é sujeito, por exemplo.
Por essa razão, há alguns anos, o texto vem ganhando papel principal como objeto de estudo nas aulas de Língua Portuguesa, principalmente a partir da publicação em 1996 dos Parâmetros Curriculares para o ensino fundamental, que reforçam essa posição.
Nessa concepção, o aluno se depara com o papel de certos componentes gramaticais, como adjetivos, por exemplo, na estruturação de textos (exemplificar com o quadrinho do príncipe sapo).
Uma das questões do livro que adotamos traz essa tirinha do cartunista Fernando Gonsales (slide).
O quesito três pergunta: o que quer dizer a palavra aderente na frase “A língua do sapo tem uma substância aderente”?
Se fôssemos conceituar, diríamos que a palavra em destaque se trata de um adjetivo e que ela expressa uma qualidade do sujeito. Mas preferimos que o aluno se aproprie do contexto e descubra o sentido da palavra de acordo com a situação. Ao invés de identificar ou classificar, o aluno é convidado a refletir. Livre do mero formalismo gramatical, ele se concentra no texto, que consideramos a manifestação viva da linguagem.
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Tem roupa no varal, Arthur.
Esta frase pode tomar sentidos diferentes, dependendo do contexto na ação. Arthur pode ter perguntado a alguém onde estava aquela sua camisa listrada predileta. Ou esse mesmo alguém o alertava sobre a necessidade de apanhar as roupas, em virtude da chuva que estaria por vir.
Numa abordagem