A vida das crianças durante o império
Ana Maria Mauad
O texto relata uma professora alemã tentando aplicar um método de sua terra, levantar e sentar ate cinco vezes, usado para envergonhar e não consegue nada a não ser exaustar as crianças brasileiras.
Esses viajantes estrangeiros só descreviam desconforto e inadequação. Para eles a criança brasileira era, pior que mosquito hostil, por causa da incompreensão em relação aos hábitos tropicais, que eram um caos.
Os adultos estabeleceram lugar e espaços para as crianças freqüentarem e dedicaram-se aos conceitos do seu crescimento e educação. Começou a descoberta da infância e da adolescência. O termo menina surge primeiro como tratamento carinhoso e depois para o sexo. O termo criança adolescente e menino já existia no século XIX, mas não eram usados. Adolescentes por exemplo eram entre 14 e 25 anos seus atributos, crescimento e maturidade. Infância era a primeira idade, seus atributos, ausência ou imperfeição da fala do nascimento até os 3 anos, a puerícia entre 3 e 12 anos seus atributos físicos, dentição caracteres femininos e masculinos.
Uma referencia do século XIX também são as fotografias. As crianças eram enfeitadas e engalanadas, aprisionadas em cadeiras, ou nos braços da mãe ou da avó, para fazerem boa figura. A foto retratada dos trajes, dos penteados, as poses, os objetos e as paisagens.
Em relação aos atributos da infância e da adolescência havia os modelos da França crianças com capas e cachecóis, patins de gelo, inadequados ao clima brasileiro, seguiam a risca o figurino Frances, só variava o tipo de tecido: morim, algodão, cambraia... Os vestidos eram bordados a ouro ou de seda branco matizado, e mais saias com jalecos, coletes, corpetes, chapeis variados, capotes e sapatos a francesa ou de couro. Os vestidos eram cozidos em casa, pelas escravas domésticas. Não existia uma roupa voltada para os adolescentes com mais de 12 anos, onde começavam a largar as calçolas e as meninas encompridavam os