A psicolinguística na sala de aula
A PESQUISA PSICOLINGUÍSTICA NA SALA DE AULA
Carla Viana Coscarelli
Faculdade de Letras, UFMG
COSCARELLI, C. V. O ensino da leitura: uma perspectiva psicolingüística. Boletim da Associação Brasileira de Lingüística. Maceió: Imprensa Universitária, dez.1996. p. 163-174.
INTRODUÇÃO
O ato de ler pode ser subdividido em várias partes que podem ser trabalhadas e desenvolvidas separadamente na escola. Pretende-se, nesta apresentação, fazer a ponte entre teoria e a prática mostrando como as subpartes da leitura podem ser levadas para a sala de aula.
Se a gente pensar sempre na leitura como um todo sem subdivisões, dificilmente conseguiremos ajudar os nossos alunos a desenvolver estratégias de leitura, pois não seremos capazes de identificar onde está o problema de cada aluno. O que parece faltar, então, para os professores é detalhar melhor quais seriam as subdivisões da leitura para que seja possível trabalhar conscientemente cada uma delas. A leitura pode ser subdividida em partes e essas partes podem ser trabalhadas e desenvolvidas separadamente. Desenvolver habilidades de cada domínio é uma forma de melhorar os resultados da leitura como um todo. Daí a importância de se conhecer um pouco a teoria da psicolingüística.
Antes de mais nada é preciso, que o leitor perceba os sinais escritos e depois identifique os fonemas, forme as sílabas, reúna-as e identifique o resultado dessas operações como palavras da sua língua. Reconhecidas as palavras ele vai formar sintagmas e sentenças, adicionar significado às formas construídas, e muito mais. A grande maioria dessas operações é realizada com rapidez de milésimos de segundo.
O que nos parece mais razoável, agora que conhecemos melhor as subpartes da leitura, é fazer atividades que desenvolvam cada uma dessas subpartes sem, no entanto, perder de vista o processo como um todo.
1.Processamento lexical
É a recepção do estímulo visual (input - entrada) e a identificação