A demonstração prática como processo de ensino aprendizagem
Ensaio de livre inspiração baseado no capítulo 5 do livro Performing Emotions Risos e lágrimas: interioridade como controle corporal das emoções, de Peta Tait com tradução de Maria Brígida de Miranda e Daiane Dordete Steckert Jacobs
Andressa Maria da Silva
Aluna especial da pós graduação Unesp em Performatividade do Gênero Feminino no Teatro
Sob orientação de Profª Drª Lúcia Romano
Pensemos numa sociedade patriarcal, em que o corpo de mulheres é conformado e oprimido por padrões de beleza e de comportamento, reproduzindo esterótipos de sedução e erotismo para nutrir a sociedade do espetáculo e do consumo. No início do século XX, e infelizmente, ainda nos dias de hoje, a contribuição de atrizes nos papéis de personagens femininas é distorcida, muitas vezes julgada por comportamentos morais fora dos palcos, misturando a vida privada e a cênica. Também havia/há por parte dos diretores manipulação de comportamento e persuasão para se atinjir um determinado estado conforme o resultado esperado. Faziam/fazem atrizes inibir gestos corporais que fossem muito expressivos e pudessem modificar as emoções.
Olga Knipper, atriz do TAM (Teatro de Arte de Moscou), com direção de Stanilasviski, chorava muito durante os ensaios. Foi submetida ao novo método dele que visava suprimir as emoções e deste modo, condensar as ações na voz. “Nesta interpretação do que aconteceu, que também presume uma hierarquia do pensamento sobre o estado emocional, o diretor é considerado a figura detentora de todo o conhecimento e atriz sem conhecimento” (TAIT, 2013, p. 178). A atriz não tinha uma técnica de escola, e foi muito criticada por isso, muitos usaram como justificativa para criticá-la dizendo que gostava de trabalhar com intuição e espontaneidade, essa seria por sua vez uma característica específica de mulheres.
Mulheres eram consideradas reprodutoras da técnica e os homens do conhecimento intelectual, nos mostra