Resumo sobre Autismo
Desde sua definição por Kanner, em 1943, o autismo apresenta enigmas referentes ao seu conceito e às suas causas, assim como às explicações e às soluções para tal desvio de desenvolvimento humano. Mesmo com um grande número de pesquisas e publicações relacionadas à síndrome, o autismo continua apresentando desafios à intervenção educativa e terapêutica e ainda hoje, oculta sua origem. As peculiaridades apresentadas pelas crianças autistas são tão estranhas e fascinantes para nós por termos a necessidade de compreender os outros, compartilhar mundos mentais e de nos relacionarmos. Essas características peculiares foram especificadas como reincidentes por Kanner, sendo elas: a) “a incapacidade para relacionar-se normalmente com as pessoas e as situações”, tendo esse como o traço fundamental da síndrome; b) déficit na comunicação e na linguagem, marcados pela ausência de linguagem em algumas crianças autistas, ou seu uso estranho nas que possuem tal linguagem, e presença de alterações como a ecolalia, tendência a compreender as emissões de forma mais literal, a inversão de pronomes pessoais, a falta de atenção à linguagem, a aparência de surdez em algum momento do desenvolvimento e a falta de relevância das emissões; e c) a inflexibilidade, ou rígida aderência a rotinas e a insistência das crianças autistas na igualdade. Poucos meses depois da influente publicação de Kanner, o médico vienense Hans Asperger divulgou os casos de várias crianças que apresentavam o que ele chamou de “psicopatia autista”. Em seu artigo de 1944, ele relatou as mesmas características assinaladas por Kanner, tendo o transtorno fundamental dos autistas como a limitação de suas relações sociais, além de apresentarem, entre outras características, a tendência a guiar-se exclusivamente por impulsos internos, alheios às condições do meio. Apesar das semelhanças entre as pesquisas entre Asperger e Kanner,