Resenha de Preconceito Linguístico - Marcos Bagno
Conceituando a língua portuguesa no Brasil
Marcos Araújo Bagno (Cataguases, 21 de agosto de 1961) é um professor, doutor em filologia, linguista e escritor brasileiro. Ele expõe em 224 páginas, divididas em quatro capítulos, no livro “Preconceito linguístico: o que é, como se faz”, o originador e os frutos deste prejulgamento que causa uma forma, quase desconhecida, de exclusão social, argumentando, por meio de pesquisas recentes na área da linguística, contra os que defendem e exercem de acordo com essa ideia arcaica.
A ideia de que existe uma única língua comum a todos os brasileiros é conservada desde muitos anos até os dias atuais. Em Preconceito Linguístico, há a desconstrução de mitos justamente como esse. Induzindo o leitor a perceber, em tais crenças, a falta de reconhecimento das grandes variações do português falado no Brasil. No que se refere ao nível de superioridade atribuído ao português europeu em comparação ao português latinoamericano, é evidente uma postura linguisticamente preconceituosa. Não existem versões superiores ou inferiores: são apenas diferentes. Ainda sobre esse pensamento, cabe salientar que o mesmo também serve para desfazer a visão de que os brasileiros não sabem falar português, porque se acontece a comunicação através da língua, o emissor tem o domínio da mesma.
Outro ponto muito interessante abordado na obra é a concepção de que a maneira correta de falar o português é exatamente da forma que se escreve, para que não ocorra a perca da identidade da língua. Segundo Bagno, “nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares e nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico”. Com isso, entende-se que ninguém perderá sua identidade, pois a língua não é uma “lei”, pelo contrário, é uma forma de expressão que está sujeita a frequentes mudanças. No que diz respeito ao domínio da norma culta como