RAZÃO TUPINIQUIM
A - Qual o objetivo do pensamento do autor? Fundamente.
O autor em todo o seu contexto retrata que é possível existir Tupiniquim, porém, deve-se fazer um strep tease cultural. É deste ato - mais simples do que gostariam de supor os pensadores tupiniquins -, no qual uma Razão se descobre em sua originalidade e conhece seus mais íntimos projetos, que emerge a possibilidade de Filosofia.
Não se trata de "inventar" uma Razão Tupiniquim, mas de propor um projeto, um certo tipo de pretensão certamente quixotesca e evidentemente absurda: pensar o que se é , como se é . A pretensão do livro é provar que não há uma filosofia “nossa”. Mergulhado num escafandro greco-romano - embora não seja nem grego nem romano brasileiro foge de sua identidade.Autocomplacente e conformista, sujeito sério, o brasileiro ainda não produziu Filosofia.
Assim, é necessário advertir que um pensamento brasileiro jamais esteve lá onde tem sido procurado: teses universitárias, cursos de graduação e pós-graduação, revistas especializadas - e logo se verá por quê. Nada encontramos que possa denunciar a presença de um pensamento brasileiro entre nossos "filósofos oficiais", vítimas de um discurso que não pensa, delira.
B - Qual a relação do pensamento do autor ao pensamento positivista e à academia brasileira ?
O grande drama de nossos professores de Filosofia - e nisso Álvaro Lins acerta: contamos com professores de Filosofia e não com filósofo s - é conseguir traduzir para o português expressões alemãs, francesas ou latinas.
Esse, em suma, o apanhado de alguns problemas gerados pela falsa perspectiva em que nos colocamos quanto a uma Filosofia brasileira. Confundir autores entre nós com Filosofia nossa; buscar dissolver a oposição entre o isolamento e o alheamento; negar que tenhamos capacidade de pensar por conta própria; projetar nossa falta de pensamento numa possível insuficiência da língua portuguesa. Nada disso diz respeito à essência possível de um pensar