PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

Educação e Construção de Conhecimento: Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos

O texto distingue três formas de representar a relação ensino-aprendizagem escolar:
Pedagogia diretiva e seu pressuposto e epistemológico
É a chamada educação tradicional, o professor fala, e o aluno escuta. O professor dita, o aluno copia. O professor decide o que fazer, o aluno executa. O professor é o centro da aprendizagem, e age assim porque acredita que o conhecimento pode ser transmitido para o aluno. Acredita no mito da transmissão do conhecimento, do conhecimento como forma de estrutura, não só como conteúdo. Acredita, portanto, numa determinada epistemologia, isto é, numa explicação ou crença da gênese e do desenvolvimento do conhecimento, explicação da qual ele não tomou consciência e que nem por isso é menos eficaz.
Falando epistemologicamente destaca-se o sujeito, professor elemento conhecedor, e o objeto, aluno. O aluno é visto como uma tabula rasa. A ação do professor não é gratuita, ela é legitimada por uma epistemologia segundo a qual o sujeito é totalmente determinado pelo mundo do objeto ou pelos meios físico e social. Nessa sala de aula nada de novo acontece: velhas perguntas são respondidas com velhas respostas. O produto pedagógico acabado dessa escola é alguém que renunciou ao direito de pensar e que, portanto, desistiu da sua cidadania e qualquer projeto que vise a alguma transformação social. O aluno objeto se torna incapaz de qualquer mudança transformadora.
Pedagogia não diretiva e seu pressuposto epistemológico
Esta pedagogia refere-se ao chamado ensino construtivista, onde o professor é um auxiliar do aluno, um facilitador. O aluno já traz um saber que precisa, apenas necessita fazê-lo consciente, organiza-lo ou ainda recheá-lo de conteúdo. O professor deve interferir o mínimo possível. É o mediador, oferendo instrumentos para que o aluno construa seu conhecimento.
É o regime do laisser-faire: deixa fazer, que ele encontrará o seu caminho. O