Pedagogo no museu
1) Introdução: O trabalho em questão reflete uma etapa da pesquisa de doutoramento, na qual se tem como objetivo central compreender o processo de construção do discurso expositivo em museus de ciências. Para este estudo, tomou-se por referência, inicialmente, a teoria da transposição didática (Chevallard, 1991), mas especificamente da transposição museográfica (Simonneux e Jacobi, 1997) para analisar o processo pelo qual o conhecimento biológico passa ao ser transformado em conhecimento expresso em exposições científicas de museus. Entretanto, para compreensão do processo de construção do discurso expositivo, utilizou-se as idéias de Bernstein (1996) no que se refere ao seu conceito de recontextualização. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e os dados foram obtidos através de entrevistas aos diretores e elaboradores das exposições dos museus e da observação das mesmas. Quatro museus de ciência com exposições na área de biologia foram selecionados, sendo três de São Paulo e um do Rio de Janeiro. Neste trabalho será apresentado, inicialmente, um aprofundamento teórico sobre o tema da pesquisa, procurando caracterizar os museus como espaços de produção, educação e divulgação do conhecimento científico. Sendo um espaço particular de ensino, diferente da escola, considera-se fundamental estudar os processos de mediação didática que ocorrem nos museus de ciências e, para isso, é imprescindível investigar como ocorre a produção do discurso expositivo. Ao final então, serão apresentados alguns dados oriundos da pesquisa em andamento, que procuram caracterizar o processo de produção deste discurso.
2) Museus como Espaços Pedagógicos Os museus são espaços diferentes da escola, com uma cultura própria. Esta afirmação tem por base o conceito antropológico de cultura apresentado por Geertz (1989, apud Gohn, 1999:28), o qual defende o conceito semiótico para o