Linguagem Segundo Rousseau
O homem possui uma capacidade racional que os outros animais não têm. Uma dessas características está presente na fala, a linguagem, que é própria do ser humano. O filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) escreveu suas ideias a respeito em sua obra "Ensaio sobre a origem das línguas" (1759). Nela, Rousseau enfatiza o fato de que a capacidade da fala caracteriza o ser humano.
Ao longo de sua existência, o homem veio desenvolvendo sua capacidade de comunicação de duas maneiras diferentes: a voz e os gestos, que Rousseau chamou de linguagem de convenção, onde pode haver mudanças na língua, já que está se adapta às mudanças decorrentes do tempo. Rousseau determina que, o que diferencia a capacidade do desenvolvimento da fala são os sentimentos, manifestados apenas nos seres humanos, pois certamente as primeiras línguas buscavam falar de sentimentos, para expressar os anseios do convívio social. Assim, com o desenvolvimento da linguagem falada foi possível criar a linguagem escrita, que facilitava o entendimento da comunicação. Estas estão em constante mudança, pois a comunicação é dinâmica.
Em sua obra, Rousseau ainda diz que a língua foi criada como tentativa de representar a liberdade humana de se expressar. Porem a língua está perdendo essa característica para ser usada como forma de repressão, como se vê no decorrer da história, sendo utilizada por déspotas. Esse tipo de linguagem pode ser dito por horas, mas seus ouvintes podem não entender a mensagem a ser dita, pois não expressa o verdadeiro valor da fala, que é a liberdade.
Assim, a língua tem sua importância, enquanto representar a liberdade de se expressar, comunicar, já que a linguagem nasceu e se desenvolveu por representar os sentimentos humanos, e utiliza-la para outros fins que não estes, a tornará vazia, monótona, sem vida. Mas se usada para o que realmente importa, será uma linguagem aberta, abrangente, cheia de vida