indio guarani
Sobre o passado dos Guarani muito se afirma, mas pouco se confirma de tudo que podemos encontrar das anotações e dos estudos realizados. Conforme Melià, uns falam sobre a nação Guarani, outros sobre a civilização Guarani, outros falam sobre a República e até mesmo sobre a democracia anarquista ou até mesmo comunista dos Guarani (cf.MELIÀ,1987, p.59).
Mas, o que podemos constatar mesmo é que entre os Guarani contemporâneos a consciência de unidade tribal não chegou a prevalecer. Cada um dos subgrupos procura acentuar e exagerar as diferenças existentes. A diversidade dos dialetos, das crenças e práticas religiosas, de constituição psíquica, serve de motivo para cada bando afirmar a todo o momento a sua pretensa diferença. É verdade que à medida que se processa a desintegração cultural em conseqüência do convívio com gente “civilizada”, as dissensões tendem a dar lugar à consciência do “índio” em face do Juruá (do “brasileiro”, “do português”, ou do “paraguaio”). Assim, sobre a base da inegável similitude étnica e da situação comum de ambivalência em face do jurua, chegam a desenvolverem-se, por vezes, certos padrões de solidariedade e cooperação, sobretudo em se tratando de pequenos bandos reduzidos a pequenas áreas de terra. Schaden assim classifica os Guarani:
Os Guarani do Brasil Meridional podem ser divididos em três grandes grupos: os Ñandewa (aos quais pertencem os Apapocuva), Mbya e Kaiowa. Estes últimos são os únicos que hoje em dia não usam, em face de estranhos, a autodenominação Guarani. Quanto às designações correntes para as inúmeras hordas encontradas na bibliografia, a confusão é tal que toda tentativa de estabelecer ordem é condenada, desde logo, a resultados insatisfatórios.
Em que se pesem as ligeiras variações entre as numerosas aldeias, a divisão em três subgrupos se justifica por diferenças, sobretudo lingüísticas, mas também por peculiaridades na cultura material e não-material. A essas peculiaridades