INDIOS GUARANI KAIOWA
Conflito Guarani-Kaiowá
A situação dos índios Guarani-Kaiowá chegou aos ouvidos da população após ser publicada na internet uma carta em que uma comunidade de 170 indígenas, que vivem à beira de um rio no município de Iguatemi (MS), terem afirmado que seriam despejados de suas terras (disputadas com fazendeiros desde 2002) pela Justiça Federal de Navirai-MS, mas que preferiam que o governo decretasse a morte coletiva do grupo e os enterrassem no local.
“Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar nossa extinção/dizimação total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar nossos corpos. Este é o nosso pedido aos juízes federais”. (trecho da carta dos índios Guarani-Kaiowá).
A carta foi amplamente divulgada na internet, levando pessoas a adicionar Guarani-Kaiowá em seus nomes nas redes sociais, bem como diversas mobilizações, o que levou a Justiça matogrossense a permitir que os índios ficassem na área até que o assunto fosse resolvido. Entretanto, de acordo com a Funai, essa disputa não é um caso isolado, já que “Comunidades Guarani-Kaiowá de toda a região enfrentam graves problemas e ameaças de vida”.
Os conflitos por terra entre índios e fazendeiros tem gerado o aumento de violência na região, sendo que, segundo a assembeia dos Guarani-Kaiowá (Aty Guasu), seu povo está sendo vítima de um genocídio.
Origens do Conflito
Desde o século XIX, os indígenas da região do Mato Grosso do Sul eram empregados na extração da erva-mate e na implantação da monocultura extensiva (soja e cana). Entretanto, a partir de 1937 com o Estado Novo de Getúlio Vargas, os Guarani-Kaiowá passaram a ser confinados em reservas indígenas que haviam sido demarcadas entre 1915 e 1928 pelo Serviço de Proteção ao Índio (substituído pela Funai em 1968) para que suas terras fossem