GATTI, Bernadete A. Implicações e perspectivas da pesquisa educacional no Brasil contemporâneo.
Gatti em seu artigo apresenta o desenvolvimento da pesquisa educacional no Brasil, abordando questões sobre teoria e método, destacando a importância da década de 80. Ainda, discute a “porosidade” das pesquisas educacionais e a relação com a consistência metodológica.
O desenvolvimento da pesquisa educacional no Brasil começa nos anos 30, com as pesquisas do INPE e Inep, ao contrário, nas universidades as pesquisas eram fracas. Os centros contribuíram para institucionalizar as pesquisas, para organizar os dados e criar os grupos de pesquisas.
Na década de 70, ocorre uma ampliação dos temas de estudo e no modo focalizá-los, como também um aprimoramento metodológico, mas neste período ainda prevaleceu os enfoques tecnicistas, mensuráveis e operacionais. Como críticas dessa abordagem, surgem alternativas metodológicas, tais como pesquisa-ação. Período este (década de 70 e de 80) em que a sociedade é permeada em sua liberdade de manifestação. Em seguida, destacam-se os movimentos sociais que lutam vagarosamente pela volta à democracia. Neste contexto crescem as pesquisas de inspiração marxista pela articulação com a crítica social.
Nas décadas de 80 e 90, de acordo com a autora, ocorre a expansão da pós-graduação, a volta de pessoas formadas no exterior possibilita uma diversificação nos trabalhos, tanto nas temáticas, como das abordagens. Consolidam se grupos de pesquisa, atribuindo destaque para Anped (Associação Nacional de Pesquisa e Pós- Graduação) quanto a expansão da pesquisa educacional.
Segundo Gatti, a qualidade teórica e metodológica se mostra muito desigual, pela falta de consistência teórica e falta de conhecimentos dos problemas educacionais. Neste mesmo período a autora salienta uma assimilação simplificada, das pesquisas dos Estados Unidos, Inglaterra e França. Ela observa modismos metodológicos, que podem estar