WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. Capítulo 3, pp.61-78. Weffort trata em seu texto sobre a consolidação do populismo na política brasileira dentro do período histórico e político decorrente da revolução de 30 até a ditadura militar. Segundo o autor analisar esse período é essencial, uma vez que ele representa a decadência do sistema oligárquico, o crescimento – ainda que deficitário – das elites urbanas e o fortalecimento das camadas populares (p.61). Para ele, os líderes populistas do período democrático (1945-1964) eram guiados pelo oportunismo uma vez que manobrar as massas era essencial para se alcançar as aspirações políticas. No entanto ele deixa claro que essa manipulação nunca foi plena, o que por sua vez caracteriza a ambiguidade dentro desse fenômeno, já que o populismo era caracterizado como forma de manipulação/meio de externalização de insatisfações (p.62-63). Na primeira parte do texto Weffort fala sobre a incapacidade das novas classes em absorver as antigas funções de Estado pertencentes à oligarquia, argumentando que estas nunca tiveram força política autônoma, utilizando como exemplo a Aliança Liberal, caracterizada pela associação entre as elites urbanas e alguns grupos da própria oligarquia, e sobre o movimento tenentista que “tendiam mais para um radicalismo romântico que para uma política revolucionária eficaz”(p.65). Fala ainda sobre a intenção da Aliança Liberal em se atentar as pressões das classes populares, antepondo-se a uma possível articulação destas, concedendo para isso direitos sociais. Essa necessidade de contenção só atesta ainda mais o fortalecimento já supracitado das classes populares (p.66). Para analisar a relação entre estado e classes populares o autor fala sobre a crescente participação popular na política apesar da dependência dessas classes da representação das classes dominantes, o que caracteriza uma emergência condicionada (p.68). A instabilidade nas