O POPULISMO NA POLÍTICA BRASILEIRA-FRANCISCO WEFFORT

POLÍTICA I

O POPULISMO NA POLÍTICA BRASILEIRA
Francisco Weffort
1) Explique quais são as bases de legitimidade do Estado pós revolução de 30.

Até 1930, o que predominava no Brasil eram as Oligarquias, com a produção voltada para a exportação. Este quadro começa a mudar com a crise de 1929, que leva o setor cafeeiro à desagregação e, em contrapartida, cria circunstâncias favoráveis ao desenvolvimento do mercado interno. Na verdade, não houve um conflito aberto entre os interesses da classe tradicional (oligarquias) e a classe dos industriais nascentes. O novo governo, nascido de um golpe, conta com o apoio tanto das oligarquias, como dos industriais nascentes e ainda, das classes médias urbanas, constituídas por funcionários públicos, militares, empregados em serviços e profissionais liberais. Com isso, Vargas monta o chamado “Estado de Compromisso”, que na verdade é um acordo de elites, bastante instável, mas que permite ao Governo uma nova estruturação do poder. Como o “compromisso” não legitima o Estado e nenhum dos grupos participantes do poder pode oferecer as bases da legitimidade o Estado, surge no cenário um novo personagem: as massas populares urbanas, “única fonte de legitimidade possível ao novo Estado brasileiro” (pg.50). Através de Vargas, o Governo cria uma estrutura sindical que controla patrões e empregados, doa uma legislação trabalhista para as cidades, enfim, introduz uma legislação social que reconhece às massas o direito de formularem reivindicações, trazendo-as, dessa forma, para a política.
2) O que o autor quis dizer com o processo de “massificação prematura”? Explique como esse processo ocorreu no Brasil.
Ele quis dizer massificação prematura, no sentido de que ela foi antecipada. É que, conforme já vimos, Vargas inverteu a ordem do surgimento dos direitos descrita por Marshall, ao introduzir o direito social antes da expansão dos direitos políticos. O que significa que aqui no Brasil, os trabalhadores foram integrados à