formas remuneracao Saude
Luis Pisco
Daniel Soranz
O debate sobre como financiar a prestação de cuidados de saúde não é propriamente uma novidade na generalidade dos países. Em Inglaterra, o
Governo criou em 1953 um comité para avaliar os custos do Serviço Nacional de Saúde mas também para perspectivar a sua evolução. Nos últimos anos registaram-se significativas alterações no financiamento dos cuidados de saúde nomeadamente a nível europeu.
1,2
Os relatórios internacionais
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sucedem-se
com especial ênfase nos cuidados continuados.
O financiamento dos cuidados de saúde na Europa é predominantemente público, seja directamente pelos impostos seja por seguros públicos de saúde.
Contudo não se vislumbra na Europa uma convergência nos sistemas de saúde e pelo contrário as mudanças a que se assiste em muitos países divergem nos objectivos e na direcção. O que parece inquestionável é o aumento dos pagamentos individuais dos cidadãos. Mas a forma de pagamento do trabalho médico e sobretudo dos Médicos de Família é crucial pois tem influência relevante na prática clínica.
1. Formas de remuneração
A remuneração do trabalho médico tem um duplo significado: por um lado recompensar o esforço realizado e por outro fornecer um estímulo para continuar a realizá-lo. Não existem dúvidas sobre a poderosa influência da remuneração na actividade profissional dos médicos pois para além de compensar e estimular, expressa o reconhecimento social pelo seu trabalho.
A importância e a forma concreta de pagamento são habitualmente a expressão de um complexo consenso social e cultural e as diversas formas de pagamento dos Médicos têm repercussão na prática clínica.
Podem ser adoptadas formas de pagamento prospectivas como a capitação ou o salário em que a remuneração de certo modo é independente do trabalho efectivamente realizado ou retrospectivas em que a remuneração depende de
Formas de remuneração e pagamento por performance
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se ter realizado