Fontes hidrotermais
Os fundos oceânicos encerram ainda muitos segredos, que só agora se começam a desvendar. É o caso das fontes hidrotermais (fig.1) e das incríveis formas de vida que fazem delas o seu habitat.
Este é o mais surpreendente ecossistema das grandes profundidades, não só pela exuberância quantitativa dos organismos que fazem deste o seu habitat, mas também pelas suas características.
Localizam-se nas zonas de rifte na planície oceânica, onde se regista um vulcanismo fissural, resultante do afastamento das placas oceânicas.
Nas últimas duas décadas realizaram-se inúmeras descobertas associadas a estes centros de atividade, que estão a mudar significativamente compreensão sobre a vida nos fundos marinhos, permitindo compreender como é que depósitos minerais ricos em metais se formam através da reação química entre a água do mar e a crosta terrestre.
As fontes hidrotermais foram observadas diretamente, pela primeira vez, em 1977, quando uma equipa de geólogos, a estudar a zona de rifte das Galápagos, descobriu vários organismos vivos a 3 km de profundidade. Densos agregados de mexilhões, vermes tubulares gigantes e caranguejos foram encontrados em pequenas áreas, onde se observava a existência daquilo a que viriam a chamar-se chaminés, emanando água quente (Fig. 2).
Como sobrevivem as diferentes formas de vida?
Nas fontes hidrotermais a temperatura da água pode exceder os 100ºC, isto deve-se à circulação da água do mar pelas fissuras existentes na crosta. Ao circular através destas “rachas”, a água do mar aquece a cerca de 350ºC, dando origem a uma complexa série de reações químicas. O sulfato -o terceiro ião mais abundante dissolvido na água do mar- quando aquecido reage com a água formando sulfureto de hidrogénio (H2S), o qual, embora tóxico para a maioria dos animais, desempenha um papel central nos processos subsequentes, à medida que a água quente emerge das chaminés (Fig.3).
Especificidade adaptativas das espécies
A distribuição dos organismos