fontes hidrotermais
Alguns anos mais tarde, soube-se que o arquipélago dos Açores é um privilegiado neste campo e que a sua riqueza marinha ia muito para além dos abundantes bancos de peixe. Em 1993, a 1700 metros de profundidade, encontrou-se a Lucky Strike, a maior área hidrotermal activa que se conhece, com 21 chaminés activas e fluídos que atingem os 330 graus Celsius.
Com a passagem do tempo e o trabalho de investigação do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores (UAç), outras fontes hidrotermais de grande profundidade foram encontradas, como Menez Gwen, Rainbow, Saldanha, Ewan e, mais recentemente, Bubbylon.
Hoje sabe-se que as particularidades destas estruturas formadas através da reacção química entre a água do mar e a crosta terrestre têm um valor inestimável. São os únicos locais do mundo onde a energia química provém do interior da Terra e, para além de serem fundamentais para o equilíbrio dos oceanos, podem dar pistas sobre a origem da vida e têm fortes potencialidades para contribuírem no desenvolvimento da biotecnologia.
As fontes hidrotermais dos Açores têm um interesse particular para a ciência por apresentarem características muito diferentes entre si e se localizarem próximas de terra. "São bons modelos. Estamos num excelente local de estudo que se deve continuar a monitorizar", explicou ao "Ciência Hoje" Ana Colaço, investigadora do DOP desde 2000.
Providos de condições extremas ao nível de temperatura, pressão e abundância de elementos tóxicos, como o enxofre, estes ecossistemas já renderam estudos que deixaram os cientistas "perplexos". "Julga-se que