Fonte Hidrotermal
A vida na Terra, e especificamente nos oceanos, é dependente do oxigénio, da energia solar, e da temperatura amena. Como a luz solar só penetra no oceano até cerca de 300 metros no máximo, e como nos fundos oceânicos as massas de água provêm das zonas subpolares, sendo bastante frias, as zonas abissais constituem ambientes frígidos e escuros onde apenas poucas formas de vida conseguem subsistir.
No entanto, já desde o início dos anos 70 que muitos investigadores defendiam a existência de fontes quentes (hidrotermais) em profundidade, nas zonas dos riftes, onde o magma, com temperaturas superiores a 1 000ºC está a chegar à superfície para constituir nova crusta oceânica.
Assim, não foi uma surpresa completa quando, em 1977, investigadores descobriram fontes hidrotermais quentes a profundidades da ordem de 2 500 metros, no rifte dos Galápagos, ao largo do Equador.
Surpreendente foi, até porque totalmente inesperada e imprevista, a descoberta de vida abundante e desconhecida (vermes, amêijoas e mexilhões gigantes) na dependência dessas fontes hidrotermais submarinas.
Posteriormente, foram descobertas muitas outras fontes hidrotermais submarinas associadas aos riftes, designadamente na Crista do Pacífico Oriental (East Pacific Rise), onde pela primeira vez os cientistas puderam observar ao vivo, a bordo do submersível norte-americano Alvin, as surpreendentes comunidades que vivem na sua dependência.
Nas águas em redor destas fontes hidrotermais, que podem estar a temperaturas da ordem dos 380ºC, existe um ecossistema único. Na base da cadeia alimentar deste ecossistema estão bactérias oxidantes do enxofre que vivem simbioticamente com organismos maiores.
O H2S utilizado pelas bactérias é proveniente dos gases vulcânicos que emanam das fontes hidrotermais. A maior parte do enxofre provém do interior da Terra, mas uma pequena parte (menos de 15%) é produzido pela reacção química dos sulfatos (SO4) presentes na água do mar. O mais interessante nestes