Fichamento: Descartes e as meditações
DISCIPLINA: O PROBLEMA FILOSÓFICO DE DEUS
PROFESSOR: EDUARDO CHAGAS
ALUNO: FRANCISCO CLEVER NUNES DOS SANTOS
FICHAMENTO 1
Meditações. Tradução de J. Guinsburg e B. P. Júnior. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
Meditação primeira: das coisas que se podem colocar em dúvida
“Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências.” (DESCARTES, 1979, p.85.).
“Agora, pois, que meu espirito está livre de todos os cuidados, e que consegui um repouso assegurado numa pacífica solidão, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade em destruir em geral todas as minhas antigas opiniões.” (DESCARTES, 1979, p.85.).
“Tudo o que percebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.” (DESCARTES, 1979, p.85/86.).
“Mas, ainda que os sentidos nos enganem às vezes, no que se refere às coisas pouco sensíveis e muito distantes, encontramos talvez muitas outras, das quais não se pode razoavelmente duvidar, embora as conhecêssemos por intermédio deles: por exemplo, que eu esteja aqui, sentado junto ao fogo, vestido com um chambre, tendo este papel entre as mãos e outras coisas desta natureza.” (DESCARTES, 1979, p.86.).
“Todavia, devo aqui considerar que sou homem e, por conseguinte, que tenho o costume de dormir e de representar, em meus sonhos, as mesmas coisas, ou algumas vezes menos verossímeis, que esses