Fichamento de Descartes (meditações I, II e III)
Em princípio, René Descartes afunila seu pensamento, nos dizendo (pois seu texto é escrito em primeira pessoa, colocando-nos as questões como pensamentos individuais, decerto) que abrirá mão de todas as suas opiniões, porque elas estão baseadas em princípios incertos. Nesse ponto, Descartes apresenta a dúvida como sistemática e hiperbólica. Sendo assim, o que é provável será tomado como duvidoso e o que é duvidoso será tomado como falso. A partir disso, Descartes coloca-se, pois, aos princípios e fundamentos dos antigos questionamentos, porque seria inviável expor as dúvidas individualmente, como em um processo infinito. Na primeira meditação Descartes segue o caminho de sua construção argumentativa indicando que os sentidos, os quais tanto nos ensinaram ao longo da vida, podem nos enganar. Com isso, cita exemplos, mas desenvolve mais concretamente o dos sonhos como confusão entre o vivido e o imaginado. Contrapondo seu próprio argumento, o autor mostra a matemática como algo que não engana e que em qualquer plano, seja dos sonhos ou real, 2+2=4. Nesse momento, ele introduz a ideia do Deus Enganador que o faz perceber as coisas como elas não são e conclui-las como algo errôneo quanto à realidade que existiria caso o Deus Enganador não enganasse. Na segunda meditação René apresenta problemas referentes ao mundo interno e externo, que através do método da dúvida hiperbólica, trata a questão da cisão entre mente e corpo, trazendo, pois, informações como a de que a substância sensível e a substância inteligível são formadoras de tudo. Descartes elabora o “puro pensar”, a partir do ato de duvidar, ao passo que, introduz o res cogitans como produto da, então viabilizada, consciência, pois é esta que produz ideias inatas (puras), empíricas (discriminatórias) e imaginárias. Por fim, fica a consciência como interior e inteligível em oposição ao corpo como exterior e sensível. Na terceira meditação, após