Fichamento René Descartes: As três primeiras Meditações Metafísicas
Introdução
René Descartes nasceu em La Heye (França) em 1596 e morreu em Estocolmo (Suécia) no ano de 1650. No contexto histórico em que viveu, ocorreram diversos eventos que abalaram as bases seguras do pensamento epistemológico que já perduravam por séculos. A enorme influência que a Igreja Católica tinha sobre a sociedade, tornando a filosofia medieval limitada e marcada pela religião, foi perdendo força quando são presenciadas as intensas transformações nas conjunturas política, social, religiosa e científica da época. O conceito de modernidade estava diretamente relacionado ao anseio de mudança, por meio da valorização do indivíduo e a oposição à autoridade da fé. Dessa maneira, o pensamento cartesiano está fortemente baseado nesse novo modelo de se fazer ciência, a partir da busca do progresso e conhecimento, acreditando na universalidade que existe na capacidade de entendimento do homem, não de causa externa, mas sim interna. Assim, René Descartes é considerado o primeiro filósofo moderno, realizando diversas obras que primavam o raciocínio do indivíduo. Sendo Meditações Metafísicas uma delas.
As três Meditações Metafísicas
Meditação primeira: Das coisas que se pode colocar em dúvida
"A dúvida como método foi usada por muitos filósofos. Até se disse que é o método filosófico por excelência, enquanto a filosofia consiste em pôr a claro todo o género de supostos, o que não se pode fazer sem os submeter à dúvida. Contudo, só em alguns casos se adoptou explicitamente a dúvida como método. Descartes: no primeiro, na proposição “se erro existo”, pela qual aparece como indubitável a existência do sujeito que erra. O segundo, na proposição “cogito, ergo sum”, pela qual fica assegurada a existência do eu que duvida. Nestes exemplos, pode dizer-se que a dúvida é um ponto de partida, já que a evidência (do eu) surge do próprio acto de duvidar, da redução do