dualismo nas praticas educacionais
A construção filosófica então erguida pelo homem e um prodígio de bom senso e de capacidade especulativa, dentro das limitações de conhecimento de tempo. A experiência, antes criadora, se havia tornado rotina ou acidente e, continuo ou ordenado. A razão pelo contraio, recém descoberta, estava em pleno esplendor de criação especulativa, extasiando a imaginação grega com a maravilha das proporções do ritmo, da simetria, da harmonia, do completo, do acabado, do ordenado, do perfeito.
Não há como admirar haver chegado Platão a concepção de um mundo racional supra sensível, mais real que o mundo das coisas desordenadas e passageiras, e de eu este último seria apenas a sombra fugaz e ilusória. A alegoria da caverna consagrou, sob forma literária, essa concepção de mundo de ideias real, eterno e imutável, a que o homem podia chegar pela educação da mente e do espirito. A descoberta do conhecimento racional, como algo em que se pudesse apoiar o homem constituiu aquisição de tal modo segura que daí por diante as filosofias flutuaram e oscilaram, mas dificilmente se puderam libertar e, ainda hoje incompletamente, dos quadros com que as balizou o gênio de Platão. Duas ordens de conhecimento eram possíveis, o empírico, fundado em experiência e erro e pó conseguinte, insuscetível de produzir a certeza, e o racional, fundado na especulação intelectual do espirito em sua intuição reveladora do real, do perene e do imutável.
Dar a esse segundo conhecimento, que se elaboraria na contemplação e no lazer a nobreza e a dignidade da única realidade que importava, era algo como uma conclusão logica, tanto mais consequente quanto a sociedade grega, aristocrática e baseada na desigualdade entre homens livres e escravos, veria nessa conclusão uma justificação de seu próprio regime social.
Referências bibliográficas