Pedagogia
Autor: José Carlos de Oliveira Casulo (Universidade do Minho)
Introdução
Quando, no futuro, alguém se vier a debruçar sobre a História do Pensamento
Pedagógico em Portugal por alturas do tempo que medeia entre os dias que correm e as três a quatro últimas décadas do século XX, não terá dificuldade em perceber que, nesse lapso de tempo, o nome de Manuel Ferreira Patrício não só é incontornável como, necessariamente, destacável dos demais.
Profundo e subtil e, por sobre isto, eloquente, o pensamento do reitor eborense espraia-se em múltiplas temáticas, mas converge, sempre, para um centro, dinamismo e preocupação cimeira: a educação, ou, seguramente melhor, a Pedagogia, quer nos seus aspectos mais práticos, quer nas suas dimensões mais estruturantes e fundamentadoras.
De sorte que ao analista não falta matéria sobre a qual se interessar para estudar o pensamento de Manuel Patrício. Porém, ao analista convidado a encerrar o resultado escrito do seu estudo num determinado número de páginas de um Livro de
Homenagem, já o empece o ter que se decidir sobre qual o ângulo do pensar do homenageado a investigar. Para o analista a quem a Amizade o liga ao autor do pensamento analisado, coloca-se o obstáculo maior de tomar uma opção que, para além de responder às exigências dos promotores da obra homenageadora, também agrade ao homenageado como presente de Amigo em circunstância jubilar.
Ora, se no centro do pensamento patriciano está a Pedagogia, no centro deste centro está, a nosso ver, a Escola. E a vida de Manuel Ferreira Patrício tem sido, sem dúvida, de modo excelente e dedicado, o trabalho em prol da Escola em Portugal em esforço de acção a tornar real o projecto pensado. Acção em inúmeras facetas, evidenciadoras, aliás, da riqueza espiritual criativa do nosso pedagogo, mas com uma expressão particular no movimento da Escola Cultural e na associação – a Associação da Educação