Crimes e sequelas emocionais
Curitiba, 10 de Agosto de 2012
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O diretor do Centro de Tratamento e Pesquisas de Vítimas de Crimes, da Universidade da Carolina do Sul/EUA, Dean Kil Patrick, afirma que: “Vítimas de crimes estão 10 vezes mais sujeitas do que a média a enfrentar depressões profundas, até mesmo uma década depois do crime”.
A psicóloga americana, Mary Koss, diz: “as vítimas de crimes freqüentam duas vezes mais os médicos do que quem nunca passou pelo trauma”. Comento em minhas palestras, que a perda material em razão dos atos criminosos, pode ser a menor das perdas, se comparada com os problemas emocionais das vítimas. As seqüelas da violência são terríveis, e passo a enumerar algumas:
1) Sensação de abandono: o mundo parece um lugar inseguro e a vítima perde a confiança em sua capacidade de lidar com os outros.
2) Raiva por ser vítima: muitas vezes expressa ódio contra a família ou pessoas que tentem ajudá-la.
3) Sensação de ser atingida de forma permanente: vítimas de estupro podem achar que nunca mais serão dignas.
4) Incapacidade de relacionamento íntimo: pode perder a confiança nas outras pessoas.
5) Preocupação com a ordem: começa a se preocupar com detalhes de organização e isso pode se tornar até uma obsessão.
6) Sensação que o mundo é injusto: para evitar isso, a pessoa passa a acreditar que fez algo errado, portanto mereceu ser vítima de um crime.
Essa doença já é conhecida há muito tempo, tendo sido descrita antigamente com o nome de “neurose de guerra”, pois era diagnosticada principalmente em soldados ou pessoas expostas a situações de guerra ou campo de batalha. Freud também descreveu esse quadro, relacionando alguns sintomas emocionais a traumas vivenciados anteriormente. Nos dias de hoje, com o aumento de múltiplas formas de violência na sociedade, o transtorno de estresse pós-traumático vem se tornando cada vez mais freqüente.
imagens, lembranças, pensamentos voltam à mente mesmo contra a vontade da