Concepções de Saude
Antes de discutir sobre as principais diferenças entre os modelos de transição epidemiológica de um país em desenvolvimento como o Brasil e de países polos centrais de economia, é importante destacar que, a maioria dos países tem passado pelo processo de transição epidemiológica, que é definido como mudança nos índices de morte, morbidade e invalidez, presentes uma população específica e que ocorrem em conjunto, geralmente, com algumas transformações demográficas, econômicas e sociais.
Em países considerados industrializados, de economia central, ocorreu uma transformação intensa no perfil epidemiológico, apresentando índices contínuos e progressivos de queda das doenças infecciosas e parasitárias e pela ascensão das doenças crônico-degenerativas e, particularmente, das doenças cardiovasculares, como principal causa de morte.
Vale destacar que os níveis de saúde nesses países se acentuaram a partir das transformações sociais associadas à revolução industrial, que resultaram em mudanças sensíveis na disponibilidade de alimentos, nas condições de moradia e em medidas de saneamento básico. Sendo assim, houve uma melhora no padrão de vida da população e um declínio das doenças infecciosas. As principais causas de mortalidade passaram a ser doenças cardiovasculares e as neoplasias malignas. Nessa fase, houve uma desaceleração no crescimento demográfico.
Já nos países ‘em desenvolvimento’, periféricos, houve a transformação no perfil de morbidade e de mortalidade, mas de modo diferente ao que ocorreu nos países industrializados. No Brasil, por exemplo, tais transformações surgiram a partir de 1960 e seguiram progressivamente até chegar à década dos noventa, quando o país já tinha