Comunicação Total
A Comunicação Total foi desenvolvida em meados de 1960, após o fracasso de Oralismo puro para muitos sujeitos surdos, que não tiveram o sucesso esperado na leitura de lábios e emissão de palavras. Segundo Sá (1999)2, foi Dorothy Shifflet, professora secundária, mãe de uma menina surda, que descontente com os métodos oralistas, começou a utilizar um método que combinava sinais, fala, leitura labial e treino auditivo, em uma escola na Califórnia, denominando seu trabalho de Total Approach – Abordagem Total. Assim, a Comunicação Total consistia no uso simultâneo de palavras e sinais, ou seja, no uso simultâneo de uma língua oral e de uma língua sinalizada. Porém, após estudos realizados na área da Lingüística, tais como as pesquisas de Stokoe, no início dos anos de 1960, começou-se a comprovar que as línguas de sinais são uma língua legítima, com status lingüístico, tão completa e complexa quanto qualquer outra língua. Ele e outros autores se posicionaram criticamente em relação a essa modalidade mista, acreditando que o uso simultâneo de duas línguas, resulta numa mistura que confunde o enunciado, já que a língua oral majoritária se sobrepõe à língua de sinais. Essa prática do uso da comunicação total recebeu também o nome de “bimodalismo” encorajando o uso inadequado da Língua de Sinais, já que a mesma tem gramática diferente das línguas orais. Stokoe contribuiu para a discussão de propostas bilíngües, como veremos a seguir.
Oralismo
Na história da educação dos surdos houve uma época que a Língua de Sinais tinha ampla valorização e aceitação, mas a partir do congresso de Milão de 1880, a Língua de Sinais foi banida completamente da educação de surdos, impondo ao povo surdo o oralismo. Devido à evolução tecnológica que facilitava a prática da oralização pelo sujeito surdo, o oralismo ganhou força a partir da segunda metade do século XIX. A modalidade oralista baseia-se na crença de que a língua oral é a única forma