Complexo de edipo masculino e feminino
A partir dos três anos de idade, os meninos focalizam o seu prazer sobre o pênis. Nessa idade, o pênis se torna a parte do corpo mais rica em sensações e se impõe como a zona erógena dominante.
Porém, aos quatro anos, o pênis não é apenas o órgão mais rico em sensações. É também o objeto mais amado e o que reclama mais atenções. Assim, tal culto ao pênis, característico dessa idade, o eleva ao nível de símbolo de poder e de virilidade. Quando o pênis se torna, aos olhos de todos - meninos e meninas - o representante do desejo, ele recebe o nome de FALO.
O falo não é o pênis enquanto órgão. E um pênis fantasiado, idealizado, símbolo da onipotência e do seu avesso.
Excitado sexualmente, o menino de quatro anos vê surgir dentro de si uma força misteriosa, até então desconhecida: o impulso de se dirigir ao outro, ou, mais exatamente, de se dirigir aos seus pais - aos corpos deles - para ali encontrar prazer. Mas que desejo é esse? É um desejo sexual.
Mas cabe aqui desfazer um mal entendido muito comum. Na psicanálise, tudo o que é genital é sexual, mas nem tudo o que é sexual é genital. Sendo assim, o desejo sexual do menino em direção a seus pais não é um desejo exclusivamente genital pelo fato de ser sexual.
Os três movimentos fundadores desse desejo do menino são: desejo de possuir o corpo do outro, desejo de ser possuído e desejo de suprimir.
Ora, sem ser possível atingir a satisfação desses três desejos incestuosos - obter o gozo absoluto de possuir o corpo da mãe; ser possuído pelo pai (ser sua coisa e fazê-lo gozar); e o gozo absoluto de suprimir o pai - o menino cria fantasias que lhe dão prazer ou angústia, mas que, de toda forma, satisfazem imaginariamente seus loucos desejos.
Mas o que é uma fantasia? Uma fantasia é uma cena imaginária, geralmente consciente, que propicia consolo à criança. Ela tem como função substituir uma ação ideal que baixa a tensão do desejo e propicia prazer.
Nessa idade, porém, o menino tem