Algumas consequências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos
Neste artigo Freud faz uma análise do desenvolvimento psicológico das mulheres.
Ele enfatiza a obscuridade que envolve a vida sexual das mulheres, dizendo da dificuldade em responder à pergunta? “o que quer uma mulher?”. Grande parte dos seus textos como os Três Ensaios, A Teoria Sexual Infantil, foram baseados no estudo de crianças do sexo masculino.
Afirma que não há um paralelo, uma simetria entre os dois sexos. Ele encontra uma diferença no que diz respeito a uma distinção no menino e na menina com relação ao complexo de castração e de Édipo e no estabelecimento do superego.
Antes de a menina entrar no Édipo ela precisa passar por uma dupla mudança que envolve uma modificação em seu órgão sexual principal e em seu objeto sexual.
Ao observar que em ambos os sexos a mãe é o objeto de amor original, Freud se pergunta a respeito do processo que faria com que a menina abandonasse a mãe para tomar o pai como objeto de amor. “Nas meninas, o complexo de Édipo levanta um problema a mais que nos meninos” (p.280).
A percepção da diferença anatômica provoca reações diferentes em cada sexo. O menino, primeiramente, rejeita esta percepção e mais tarde, a vê como uma ameaça real de castração, que levará a um horror ou a um desprezo frente ao sexo feminino.
No caso da menina, a percepção da diferença assume um caminho diferente. Ela percebe uma castração já efetuada, observa que não tem o órgão masculino, mas quer tê-lo (caem vítimas da inveja do pênis).
Freud relata a formação de um complexo de masculinidade das mulheres que pode afetar o desenvolvimento da feminilidade (pode ir de uma persistência até uma vida adulta do desejo de ter um pênis até uma rejeição psicótica da diferença anatômica em que a mulher acredita que possui o orgão).
Freud descreve algumas consequências psíquicas da inveja do pênis. Em primeiro lugar cita o sentimento de inferioridade (desprezo com relação ao