Coma e alterações da consciência
CONSCIÊNCIA
Dr. Aureo do Carmo Filho
INTRODUÇÃO
Consciência é o perfeito conhecimento de si próprio e do ambiente. Estados alterados de consciência são comuns na prática clínica e se tratam de emergência médica, visto que têm alta mortalidade.
Coma situação em que o paciente não demonstra conhecimento de si próprio e do ambiente, caracterizado pela ausência ou extrema diminuição do alerta comportamental, permanecendo não responsivo aos estímulos internos e externos e com os olhos fechados.
Morte cerebral condição irreversível de ausência total das funções cerebrais; coma irreversível, ausência de reflexos de tronco, ausência de atividade cortical...
Torpor / estupor situação em que o estímulo para despertar o paciente deve ser vigoroso e, uma vez cessado, o indivíduo volta ao seu estado de diminuição de consciência com respostas lentas e inadequadas.
Sonolência / letargia estado em que o indivíduo pode ser despertado com estímulo leve e mantem-se desperto por algum tempo, podendo responder a algumas perguntas.
Delirium Alteração do conteúdo da consciência; situação clínica em que há um déficit global e agudo da atenção; normalmente não há sinais neurológicos focais e a causa é metabólica / infecciosa / tóxica...
Podemos dividir a consciência em 2 componentes:
- Conteúdo somatório das funções nervosas superiores e cognitivas do indivíduo, como atenção, memória e linguagem; são funções corticais.
- Nível (de consciência) grau de alerta do indivíduo; coma < torpor < sonolência...
A estrutura anatômica responsável pela manutenção do nível de consciência é a formação reticular ativadora ascendente (FRAA).
CLASSIFICAÇÃO
Anatomicamente, podemos categorizar as doenças que alteram consciência em:
- encefalopatias focais infratentoriais (15% dos casos)
- encefalopatias focais supratentoriais (20% dos casos)
- encefalopatias difusas, multifocais, metabólicas (65% dos casos)
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