Coma em UTI
1. Introdução
Consciência é definida como a capacidade do indivíduo de reconhecer a si mesmo e aos estímulos do ambiente. As alterações da consciência podem dar-se no estado de alerta ou nível de consciência ou no conteúdo da consciência, que englobariam as funções mentais e cognitivas do indivíduo. As alterações do nível de consciência podem variar entre dois extremos, desde uma desorientação têmporo-espacial até um estado de coma profundo. Este trabalho visa apresentar conhecimentos referentes ao coma. Apresentaremos definição, etiologia e fisiopatologia, abordagem diagnóstica, tipos de coma e tratamento.
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2. Definição
O termo coma deriva da palavra grega “koma”, que significa sono profundo. É definido como o estado de inconsciência de si mesmo e do ambiente, mesmo após estímulos de diversas modalidades e intensidades, em que o paciente permanece de olhos fechados.
O estado de coma é o comprometimento mais grave da consciência. A consciência tem dois componentes principais: conteúdo e despertar. Eles têm substratos anatômicos diferentes, o conteúdo localizado difusamente no córtex cerebral e o despertar dependente dos neurônios da substância reticular ativadora ascendente (SRAA), localizada no tronco cerebral.
Para haver perda completa da consciência, é necessário o comprometimento cortical bilateral ou difuso. O maior papel da SRAA é despertar e manter o córtex alerta e capaz de interpretar e reagir aos estímulos ambientais. Há dois mecanismos diferentes para a perda da consciência: comprometimento difuso do córtex cerebral ou lesão da SRAA no tronco cerebral. As lesões corticais localizadas acarretam perda de uma ou algumas funções cerebrais, mas não levam ao coma.
Estados intermediários de alteração da consciência podem anteceder a instalação do quadro e precisam ser reconhecidos. Dependendo do seu conteúdo e da capacidade de despertar, o nível de consciência pode ser classificado desde o estado acordado e alerta até o